domingo, 4 de setembro de 2011

As maravilhas da Profissão Docente


Seja um professor: As maravilhas da Profissão Docente






Podem lecionar nos Ensinos Fundamental e Médio das escolas de Educação Básica, os graduados em licenciaturas e Pedagogia. Na Educação Infantil (creches e pré-escolas) e nos quatro primeiros anos do Ensino Fundamental, admitem-se professores com formação mínima de nível médio, na modalidade normal. Porém, o projeto de lei 5.395/09, que tramita no Congresso Nacional, prevê que apenas a Educação Infantil admita professores com formação mínima de nível médio, na modalidade normal.

Para ingressar como professor de qualquer instituto federal, basta apenas a graduação. Entretanto, o plano de carreira prevê uma retribuição por titulação, que aumenta o salário caso o professor tenha mestrado, doutorado ou mesmo especialização.

Os docentes das universidades federais precisam ter ao menos grau de mestre, para concorrerem aos cargos dos concursos, pois atuam especificamente no Ensino Superior. As carreiras das instituições federais também prevêem aumento de salário caso o professor aumente sua titulação.
  
FORMAÇÃO

A exigência quanto ao grau de educação acadêmica para a formação de um professor varia de acordo com a área pretendida. Veja o que você precisa fazer para se habilitar a ensinar onde deseja:

Licenciaturas: os cursos de licenciatura habilitam o profissional a atuar como professor na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio. São cursos superiores de graduação que formam profissionais licenciados em Química, Física, Letras, Matemática, Geografia, Ciências Biológicas e Pedagogia. 

Normal Superior: curso superior de graduação, na modalidade licenciatura. Tem por finalidade formar professores aptos a lecionar na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental.

Magistério: não é curso superior, mas de nível médio. Habilita o professor para lecionar na Educação Infantil.

Pedagogia: o curso de Pedagogia é um curso superior de graduação, na modalidade de licenciatura e tem como finalidade formar professores para atuar na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental (até o 5º ano). É aquele professor que assume integralmente o currículo da série. Os cursos de pedagogia também formam profissionais para atuarem na gestão do sistema escolar, mas a prioridade é a formação de professores.
Bacharelado: os cursos de bacharelado não habilitam o profissional a lecionar. São cursos superiores de graduação que dão o título de bacharel. Para atuar como docente, o bacharel precisa de curso de complementação pedagógica. E para lecionar no Ensino Superior exige-se que o profissional tenha, no mínimo, curso de Pós-Graduação Lato Sensu (especialização). 
CARREIRA E REMUNERAÇÃO
As carreiras dos profissionais da Educação Básica são regidas pelos estatutos e planos de carreira dos estados e municípios. Contudo, tramita no Congresso Nacional o PL 1.592/2003, que busca fixar diretrizes nacionais para as carreiras dos profissionais da educação. 

Segundo o Consed, todos os planos de carreira dos estados estão em fase de discussão e revisão para que a profissão se torne mais atraente. Já a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) informou que cerca de 70% dos municípios brasileiros têm planos de carreira. De acordo com a lei que estabeleceu o piso para o magistério, todos os estados e municípios precisam ter planos de carreiras estruturados até 31 de dezembro deste ano.

Quanto aos salários, a Lei 11.738/08 instituiu o piso salarial profissional nacional para o magistério, única categoria profissional a ter um piso estabelecido por lei. O texto estabelece um valor mínimo de R$ 1.024,67 em 2010, reajustado anualmente, a ser pago aos professores que trabalham até 40 horas por semana e têm formação de nível médio, o que significa que os docentes de nível superior devem ter remuneração maior.

Nos institutos federais, onde também se oferece Ensino Médio, os docentes da rede tiveram a carreira reestruturada, a partir da Lei 11.784/08. Levando-se em conta a tabela vigente - distribuída entre classes e níveis - a remuneração do docente varia entre R$ 2.728,05 e R$ 8.297,16.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A informação acima pode ser encontrado no seguinte endereço:http://www.planetaeducação.com.br./portal/artigo.asp?artigo 781

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Educação no Brasil


O que é Educação?
Reflexões necessárias sobre essa nobre área de atuação

Desenho-de-alunos-com-as-mãos-levantadas
Estamos tão imbuídos em nosso trabalho que na maior parte do tempo nem ao menos nos preocupamos em pensar e repensar o nosso ramo de atuação. Isso acontece em todas as áreas de atuação da humanidade, não apenas na educação. O que surpreende em relação à educação é que, a princípio, ela deveria estimular, promover e trabalhar a todo o momento o exercício da reflexão, da análise e do pensamento. Inclusive quanto a sua própria existência, funcionamento, ferramentas e estrutura operacional.
Como bem sabemos, consumidos pelas tarefas do cotidiano, a tendência é que achemos desnecessários pensar sobre “o que é a educação”. Nesse sentido o texto “Sobre o óbvio”, do saudoso Darcy Ribeiro, intelectual de grandes contribuições para a cultura brasileira, destaca a dificuldade que temos de nos prostrar de olhos bem abertos diante da realidade mais imediata que nos acomoda...
Por isso mesmo abro esse editorial trazendo a tona essa premente reflexão... Afinal de contas, o que é educação?
Para muitas pessoas a palavra educação refere-se ao trabalho que se desenvolve no contexto das unidades educacionais que conhecemos mais popularmente como escolas. Desenvolve-se de forma organizada, em ambientes herméticos, que pouco ou nada se modificaram ao longo dos tempos. Utiliza uma dinâmica simplificada a partir de alguns elementos principais, a saber: aula expositiva, quadro negro (ou lousa), giz, livros didáticos, cadernos, lápis, borracha, canetas, réguas,...
Ainda nos conformes mais básicos e rudimentares percebidos pela maioria esmagadora da população brasileira (e provavelmente mundial também), o objetivo da educação pode ser sintetizado na capacitação de crianças e jovens em conhecimentos fundamentais para a sua sobrevivência e inserção nos contextos em que vivem, como a aprendizagem dos cálculos matemáticos, da linguagem dominante no país (escrita, leitura e fala) e, eventualmente, de alguns outros “conteúdos”, não tão essenciais, mas que podem fazer pequenas diferenças para os estudantes que melhor se apropriarem dos mesmos, como as ciências naturais, a história, a geografia ou as línguas estrangeiras.
Desenho-de-professora-com-livro-aberto
A escola tradicional reproduz modelos, não estimula a participação dos estudantes e da comunidade, define o professor como o centro das atividades e propostas, firma previamente os conteúdos a serem ensinados e despreza o conhecimento de mundo dos educandos.
A aprendizagem de conteúdos suplementares como a filosofia, as artes ou mesmo a educação física são considerados luxos ou supérfluos. Itens que se não são desnecessários, pouco ou nada acrescentam as chances e possibilidades dos educandos em sua inserção na sociedade e no mercado...
Sintetizando, as pessoas imaginam a educação de forma restrita, imaginando-a como o processo ensino-aprendizagem em sua roupagem mais clássica e tradicional, mais convencional e arcaica... Será que educação se restringe apenas a isso? E os professores e educadores, concordam com essa compreensão simplista de seu universo de atuação? Ou pensam a educação de outra forma, mais complexa, provocante e transformadora?
Paulo Freire, o educador mais conceituado e respeitado de nosso país dizia que a escola deveria ensinar os alunos a “ler o mundo”. Imaginava que para isso seria necessário respeitar o contexto cultural e familiar dos estudantes, dando a eles a oportunidade de participar do processo de ensino-aprendizagem, tendo voz ativa e vislumbrando realidades de ensino nos conteúdos trabalhados que tivessem relação direta com o mundo em que estavam inseridos.
Suas afirmações, traduzidas de forma simplificada no parágrafo anterior (são muito mais ricas, complexas e valiosas – merecem a atenção e o empenho de estudiosos do Brasil e de vários países, como Michael Apple, dos Estados Unidos – e deveriam ser leitura obrigatória nos cursos de graduação das licenciaturas), tem como propósito demonstrar que a escola tem uma responsabilidade muito maior do que aquela que se imagina...
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Escola que não educa para a reflexão, a análise, a crítica e a capacidade de participação ativa no contexto social não cumpre o que dela se espera. Nesse sentido é de fundamental importância o apoio das artes, das ciências, da cultura e da filosofia.
Ao propor a “leitura do mundo”, por exemplo, Freire está nos instando a compreender não apenas as letras e os números quanto aos significados mais óbvios e objetivos que esses signos encerram... O que o educador pernambucano queria era nos levar a perceber além dessa simbologia, buscando compreender politicamente o mundo em que vivemos e, mais do que isso, atuar nos contextos em que estamos vivendo... Deixaríamos dessa forma de ser apenas espectadores e nos tornaríamos protagonistas da história de nossas vidas e de nosso país... Seria apenas um sonho?
Em suas afirmações o notório educador, como também foi ressaltado anteriormente, também destacou a premência do respeito quanto as bases e origens culturais, sociais e familiares dos educandos. Não estava fazendo afirmações vãs, sem sentido e objetividade. As escolas e a educação, num sentido mais amplo, dentro de suas prerrogativas e estruturas funcionais tradicionais praticamente desprezam os conhecimentos e saberes provenientes dos estudantes, condenando-os a participar de forma passiva, como meros receptáculos de informações previamente selecionadas (Por quem? Para quê?)... Depois ficamos a nos questionar os motivos que levam os estudantes a perder a paciência nas salas de aula e a demonstrar isso com atos de indisciplina...
Se a educação não respeita e valoriza os estudantes, dando a eles o papel de protagonistas (juntamente com os educadores) no processo de construção de seu próprio conhecimento, rumo a uma sonhada e necessária autonomia que lhes permita atuar de forma consciente e transformadora nas realidades em que vivem, como eles poderiam simplesmente se conformar e continuar ali sentados, pasmos, a observar as peripécias e malabarismos de seus mestres?
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A escola que é manipulada pela sociedade e por suas diretrizes ideológicas dominantes e manipuladora dos movimentos dos educandos a partir dos saberes nela reproduzidos que se baseiam nas orientações do modo de produção vigente já era assim preconizada e entendida por Paulo Freire.
E que mestres são esses que se conformam com o trabalho repetitivo e maçante que os condena a anualmente reproduzir conteúdos, idéias, propostas e realizações que não foram nem ao menos pensadas por eles e adequadas ao contexto em que vivem? É ainda possível desprezar o fato de que a realidade do Acre não é a mesma do Rio de Janeiro? Que o que acontece em São Paulo pode ter pouca ou nenhuma significância para quem vive em uma tribo indígena do interior de Tocantins ou do Pará?
Educação é vocábulo de ampla repercussão e que não pode ser entendido a partir de uma definição simplificada. A busca pelo “Santo Graal” contido numa explicação única que pudesse clarear a compreensão geral do fenômeno educacional inclusive contraria a própria dinâmica científica e filosófica que há tanto tempo discute o tema.
Há diferentes concepções de educação. Elas estão sendo discutidas aqui e em diferentes países a partir de estudos profundos realizados por educadores, sociólogos, historiadores, economistas e tantos outros interessados. O que se sabe, de antemão, é que a educação de alto nível pode representar progresso, melhor qualidade de vida, estabilidade social, enriquecimento de uma nação e que, a ausência ou desqualificação da mesma leva, por outro lado ao pior dos mundos, onde a miséria prolifera juntamente com as doenças, a estagnação econômica, os preconceitos, a corrupção,...
Se pudesse reduzir essa reflexão a algumas poucas palavras em que apresentasse minha concepção de educação diria que o mundo só pode pensar em ser mais justo, digno, fraterno e próspero se todos os países se empenharem em tornar a educação um real, efetivo e verdadeiro instrumento de emancipação individual, onde todos realmente aprendam a ler o mundo, se posicionar, participar de forma ativa, sem preconceitos, com inclusão e, acima de tudo, com ética e dignidade.
Educação no mundo em que vivemos, pensada de forma concreta, tem que usar os mecanismos e ferramentas provenientes da ciência e do progresso humano; deve ser reflexiva, analítica e pensar o mundo e seus próprios processos com o apoio da filosofia e da história; tem que se assumir como instituição politizada, atuante e engajada e abandonar a falsa neutralidade que acomoda fraquezas e submissão; e, para complementar, deve aliar-se (nunca de forma incondicional, ou seja, tendo sempre o necessário espaço para compreender, criticar e sugerir mudanças em seus pares) as artes, as mídias e a cultura em geral para mostrar-se mais atualizada, preparada e fortalecida diante dos dilemas que se colocam no mundo em que vivemos